quinta-feira, 31 de maio de 2012

 Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve e teriam que esperar até
o amanhecer para receberem socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena
fogueira ao redar da qual se aqueciam. Se o fogo apagasse, todos morreriam de frio.
Chegou a hora de cada um colocar mais lenha na fogueira.
O primeiro homem, um racista, olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um
deles tinha a pele negra. Então raciocinou: Aquele negro!! Jamais darei minha lenha para aquecer
um negro!!! E guardo-as para protegê-las dos demais olhares.
O segundo homem era um avarento. Ele estava ali porque esperava receber o juros de uma dívida.
Olhou ao redor, em torno do fogo bruxuleante e viu um homem da montanha, que mostrava sua
pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor
de sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou: Eu, dar minha lenha para
aquecer um preguiçoso?
O terceiro homem era o negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer
sinal de perdão e seu pensamento era muito prático: É bem provável que eu precise dessa lenha para
me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem. E
guardou sua lenha com cuidado.
O quarto homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros caminhos, os
perigos e os segredos da neve. Ele pensou: Essa nevasca pode durar vários dias, vou guardar minha
lenha.
O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem
lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava. Ele estava preocupado de mais com suas
próprias visões para pensar em ser útil.
O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas da mão, os sinais de uma vida de trabalho.
Seu raciocínio era curto e rápido: Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei à ninguém
nem mesmo o menor de meus gravetos. Com esses pensamentos, os seis homens permaneceram
imóveis.
A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou. Ao alvorecer, quando os
homens do socorro chegaram na caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual
segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: O frio que os matou, não foi
o frio de fora, mas sim o frio de dentro!!

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